Lorena Nieto
"Nos reunimos em pontos estratégicos e fazemos passeios os domingos na ciclovia de Bogotá ou a nível municipal. Percorremos entre 30 e 50 quilômetros e também fazemos oficinas de mecânica básica", diz Ángela Sánchez, fundadora de "Curvas en Bici".
"Estes encontros criaram uma rede de apoio e cada vez que algo acontece: um roubo, um abuso, algum tipo de violência; o comunicamos entre nós e, enquanto comunidade, nos damos apoio antes de ativar as linhas de emergência", diz Sánchez, de 27 anos. Esta iniciativa conta atualmente com 450 mulheres inscritas de 20 localidades de Bogotá.
As demandas destas e de outras mulheres encontraram uma resposta no trabalho do governo local, que procura implementar uma política pública para a bicicleta com objetivos para 2039.
"Concordamos com as diferentes entidades da Prefeitura, o setor privado e o mundo acadêmico, trabalhar em cinco objetivos concretos: mais segurança no trânsito, mais segurança pessoal, mais e melhores deslocamentos em bicicleta e mais bicicleta para todas e todos. Queremos conseguir que a bicicleta seja um método e um mecanismo para uma sociedade mais inclusiva. Isto, naturalmente, requer uma série de ações e orçamentos destinados a melhorar as condições de nossas mulheres", diz Nicolás Estupiñán, Secretário de Mobilidade de Bogotá.
Um dos objetivos das políticas públicas para bicicleta de Bogotá é alcançar a paridade em termos de viagens em bicicleta com a participação das próprias comunidades e de outras organizações, e passar de 24% para 50% das viagens realizadas por mulheres.
A iniciativa de Bogotá é uma das que se desenvolvem em cinco cidades através do Projeto Global sobre Governança Urbana para a Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Neste projeto, os prefeitos de Bogotá (Colômbia), Cidade do México (México), Khulna (Bangladesh), Douala (Camarões) e Tunísia (Tunísia) se comprometeram a tratar os assentamentos informais, os serviços públicos básicos e a coesão social através da colaboração intersetorial e da governança urbana participativa para a saúde e o bem-estar, promovendo inovações sociais e diálogos a nível local.